segunda-feira, 31 de maio de 2010

Hilda Hilst

Isso de mim que anseia despedida
(Para perpetuar o que está sendo)
Não tem nome de amor. Nem é celeste
Ou terreno. Isso de mim é marulhoso
E tenro. Dançarino também. Isso de mim
É novo. Como quem come o que nada contém.
A impossível oquidão de um ovo.
Como se um tigre
Reversivo,
Veemente de seu avesso
Cantasse mansamente.

Não tem nome de amor. Nem se parece a mim.
Como pode ser isso?
Ser tenro, marulhoso
Dançarino e novo, ter nome de ninguém
E preferir ausência e desconforto
Para guardar no eterno o coração do outro.

(Carlos Drummond de Andrade)

Filha do fazendeiro e poeta Apolonio de Almeida Prado Hilst, Hilda nasceu na cidade de Jaú, em uma família rica do interior paulista. Seu pai morreu esquizofrênico aos 35 anos, o que fez com que Hilda optasse por não ter filhos, uma vez que um médico lhe teria dito que a doença atacava geração sim, geração não. As pessoas que conviveram com a poeta a descrevem como uma pessoa deslumbrante, generosa, dona de palavras ácidas, íntegra e culta. Na juventude, foi tida como uma das mulheres mais bonitas de sua geração. “Mistura da beleza de Ingrid Bergman e da sensualidade de Rita Hayworth”, descreve o editor Massao Ohno. A beleza e a personalidade forte tocaram também Carlos Drummond de Andrade, que dedicou um poema a ela (veja reprodução do poema acima). Hilda foi musa de artistas, poetas – Vinicius de Moraes chegou a se apaixonar por ela – e intelectuais. Foi amiga de Lygia Fagundes Telles – “até o fim da vida”, afirma Lygia – e, com seu comportamento avançado, sempre chocava a sociedade paulistana em meados da década de 50. Entre as muitas histórias que sua biografia revela, diverte aos amigos lembrar do namoro com o ator norte-americano Dean Martin (aquele mesmo, famoso parceiro do comediante Jerry Lewis) e a tentativa, frustrada, de seduzir Marlon Brando. “Em Hilda tudo era extremado”, lembra a professora Nelly Novaes Coelho, apresentada à escritora por Lygia Fagundes Telles. “A tudo que fazia, entregava-se de corpo inteiro. Não conseguia o meio-termo, virtude rara que, se por um lado deixou o mundo maior e mais belo do que quando nele chegou, por outro lhe causou contínuos dissabores e problemas. Pois a vida comum exige o meio-termo, o disfarce...”

Assuntos tidos como socialmente controversos, por exemplo, o lesbianismo, a homossexualidade e a pedofilia, foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira, seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.

Hilda Hilst morreu em (4/2/2004), de falência múltipla dos órgãos, depois de uma queda em que fraturou o fêmur. Os jornais trarão certamente a biografia e alguns poemas de Hilda; dirão da grandeza de seu texto desconcertante, de sua beleza enigmática quando jovem, de sua desistência de quase tudo em favor da literatura, de sua solidão, de sua dezena de cães, de sua bem-comportada loucura, etc.

Fonte: www.fabiorocha.com.br

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Grace Kelly

Diva eterna do cinema, Grace Kelly viveu o que pode ser definido como um conto de fadas. Atriz bem-sucedida na sétima arte, tendo no currículo trabalhos com o mestre Alfred Hitchcok, ela virou princesa de Mônaco e manteve-se no centro das atenções até sua trágica morte, em 1982, num acidente de carro.

Grace Patricia Kelly nasceu na Filadélfia, nos Estados Unidos, em 12 de novembro de 1929. Depois de alguns trabalhos como modelo, Grace Kelly estreou na Broadway em 1949. Em 1951, aos 22 anos, ela estreou no cinema com Fourteen Hours.

Demorou pouco para que a jovem se tornasse uma estrela de cinema. Em 1954, um ano depois de brilhar com Clark Gable e Ava Gardner em Mogambo (1953), Grace Kelly ganhou o papel de protagonista no clássico suspense Disque M para Matar, de Alfred Hitchcok. Ainda em 54, novamente sob a direção de Hitchcok, ela deslanchou com outro clássico da telona: Janela Indiscreta.

A carreira meteórica e cheia de sucesso de Grace Kelly foi interrompida de forma espontânea depois que ela conheceu o príncipe Rainier, em 1955, ao ser convidada pelo governo francês para participar do festival de Cannes.

O conto de fadas se concretizou com o casamento dos dois. Rainier finalmente encontrou uma mulher, fato que garantiria a manutenção da independência de Mônaco após sua morte - sem herdeiros, o principado voltaria ao comando da França -, e Grace Kelly se casou com um pretendente que agradava aos pais.

Longe das telas, mas não dos holofotes, Grace teve três filhos com Rainier: Caroline (nascida em 1957), Albert (1958) e Stephanie (1965).

Apesar da vida de princesa em Mônaco, biógrafos e amigos relatam que a atriz não era muito feliz longe de casa e sentia falta da vida nos Estados Unidos. Ciumento, Rainier determinou que os filmes da mulher fossem banidos do principado. O conto de fadas terminou em 14 de setembro de 1982, quando Grace Kelly morreu em um acidente de carro em Mônaco, aos 52 anos.

Muitos boatos cercaram a morte trágica da princesa. Uma das teorias sobre o acidente afirma que Grace Kelly foi vítima de uma conspiração armada por tradicionalistas insatisfeitos com o fato de uma estrangeira ser a primeira-dama do principado.

Heranças
Caroline, a filha mais velha do casal, é considerada a "herdeira legítima" de Grace Kelly, especialmente pela beleza e pela elegância.

Conhecida por ajudar a patrocinar eventos ligados às artes, a atriz foi homenageada após sua morte com o lançamento da Fundação Princesa Grace, presidida por Caroline. Anualmente, o grupo promove uma concorrida festa em Nova York para celebridades do mundo artístico.

Fonte: noticias.terra.com.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ruth Handler

É bem possível que você nunca tenha ouvido falar em uma senhora chamada Ruth Handler, mas com certeza já brincou com a boneca que ela inventou.

BIOGRAFIA:

Sabe aquelas pessoas que fazem a diferença? Aquelas que são criativas e que enxergam longe? Pois é, Ruth Handler, a idealizadora da Barbie, era assim. Mais do que criar um simples brinquedo, ela criou um ícone, uma boneca que ganhou o mundo e levou ao público um pouco da história dessa mulher. Por isso, ela é também um pouco mãe das mulheres de todas as idades que seguiram à risca o seu ensinamento: podemos ser o que quisermos.

Ruth era uma das dez filhas de um casal de imigrantes poloneses. A menina nasceu e foi criada em Denver, no Colorado (EUA). Quando adolescente, durante um baile no colégio, conheceu Elliot Handler, com quem, depois de vários anos de noivado, se casou. O casal teve três filhos: Barbara, Ken e Skipper.

Em 1945, Elliot, junto com seu amigo Harold Matson, fundou a Mattel. No início, a empresa ficava em uma espécie de garagem e vendia molduras de madeira. Como hobbie, produziam móveis de brinquedo com as sobras da madeira. Pouco depois, Matt saiu da sociedade e os Handler passaram a dar ênfase a produtos infantis lançando, em 1947, uma linha de brinquedos musicais.

Um dia, observando a filha Barbara, Ruth percebeu que a menina adorava brincar e recortar bonecas de papel. Era assim que ela confeccionava as suas bonecas, deixando de lado os bebês, bastante comuns na época. Foi daí que veio a idéia de criar uma boneca que refletisse uma adolescente.

A encomenda foi feita ao designer Jack Ryan, em 1958: Ruth pediu que a boneca tivesse três dimensões e um ar mais adulto. A patente foi requerida e conseguida no mesmo ano. A novidade estava pronta para ser apresentada ao mundo.

Em 1959, nasceu Barbie - batizada com o apelido da filha do casal. E, como todas nós já sabemos, foi um sucesso. Apresentada ao público na Feira de Brinquedos de Nova York, a boneca que fugia do convencional vestia maiô listrado e sandálias nos pés.

A previsão, no entanto (e ironicamente), não era das melhores: a boneca fracassaria por fugir dos parâmetros habituais. Mas Ruth não se abateu e acreditou em seu projeto. Ela queria que as crianças tivessem a oportunidade de sonhar com metas de vida, do início ao fim da brincadeira. E Barbie daria asas à imaginação: com ela, a menina poderia ser o que quisesse. Parece que a estratégia deu certo: só no primeiro ano de existência, foram vendidas 351 mil bonecas.

A partir da criação da Barbie, Ruth foi acusada de fazer com que as crianças projetassem a vida adulta. A sociedade ainda era bastante fechada e as meninas brincavam, até então, exclusivamente com bonecas-bebê, ensaiando para a vida de mãe e dona de casa que os costumes da época impunham. A empresária tinha, portanto, conseguido o que queria: alavancar uma revolução.

E a Barbie ajudou, justamente, as mulheres a conquistarem liberdade. Na sua autobiografia (publicada em 1994), Ruth Handler deu, no entanto, uma boa resposta aos que a acusaram de estereotipar a beleza feminina: "Minha filosofia, ao criar a Barbie, é a de que, através dela, meninas podem imaginar que são a mulher que bem entenderem. A Barbie sempre representou as diversas escolhas que a mulher tem a sua disposição". E ela não estava fazendo tipo: Barbie poderia ser loira, morena, ruiva e negra, além de ter a profissão que desejasse.

No início da década de 60, a Mattel contabilizou um lucro de cerca de 500 milhões de dólares. Além de roupinhas diversas e da Skipper, a irmã da Barbie, Ruth criou o Ken, o namorado da boneca, em 1961. O nome do boneco também teve origem na família de Handler. Ele foi batizado com o nome de seu filho, falecido anos mais tarde (1994), vítima de um tumor no cérebro.

Anos depois, Ruth deixou a Mattel. Descobriu um câncer e se submeteu à retirada do seio onde o tumor havia se instalado. Depois do episódio, aderiu às campanhas de conscientização e criou a empresa Nearly Me, que fabricava próteses para mamas. Além de mudar a forma como seriam feitas as próteses no futuro, a empresa renovou a confiança das mulheres. Ruth queria ajudá-las a desenvolver seu potencial. A empresa foi vendida por US$ 1 milhão.

Ruth Handler morreu aos 85 anos, em Los Angeles, na Califórnia, no dia 27 de abril de 2002, devido a complicações pós-operatórias. A empresária havia retirado um outro câncer, dessa vez no colo do útero, meses antes. No entanto, antes de deixar o mundo cor-de-rosa que criou, ela viu sua Barbie ser a boneca mais conhecida e vendida no mundo.

Sua maior herança para nós, mulheres - e um pouco filhas, netas e bisnetas de Ruth - é essa criação que tanto nos inspira. Independente da idade de cada uma de nós, a Barbie é e sempre será um clássico que traz alegrias, histórias, culturas e nos lembra de como é bom ser mulher.

Fonte: movimentorosa

domingo, 23 de maio de 2010

Dian Fossey

Dian Fossey (São Francisco (Califórnia), 16 de janeiro de 1932 - Montanhas Virunga (Ruanda), 26 de dezembro de 1985) foi uma zoóloga dos Estados Unidos da América. Inspirada pelos escritos do naturalista e conservacionista George B. Schaller, decidiu estudar o gorila-das-montanhas em extinção na África. Dian Fossey recebeu instrução em trabalho de campo com chimpanzés da especialista Jane Goodall, e começou a assistir e registrar o comportamento de gorilas-das-montanhas. O trabalho dela a levou para o então Zaire e depois para Ruanda onde abriu o centro de Pesquisa Karisoke. Após anos de observação paciente, os gorilas vieram a conhecer e confiar nela, e descobriu que podia sentar-se no meio de um grupo e até mesmo brincar com os jovens. Conheceu os animais como indivíduos e até mesmo lhes deu nomes. Em 1980, foi para Inglaterra e ingressou na Universidade de Cambridge onde obteve um doutoramento em zoologia. Depois obteve uma posição como professora na Universidade de Cornell em Nova Iorque, onde escreveu sobre suas experiências no Ruanda. Em 1983, a obra foi publicada como Gorilas in the Mist (Gorilas na Bruma). No ano seguinte ela retornou ao Centro de pesquisa Karisoke para continuar sua pesquisa e trabalho de campo. Quando seu gorila favorito, Digit, foi morto para obtenção de suas mãos (com a qual se faz cinzeiros), Fossey começou uma campanha contra a atividade. Seus discursos, infelizmente, tornaram-na um alvo da violência por parte dos caçadores furtivos e dos elementos corruptos do exército do Ruanda. Em 1985 Dian foi encontrada assassinada em sua cabana. Ninguém jamais achou o seu assassino, embora suspeitem que seja um caçador de gorilas. O legado dela se mantém vivo em várias organizações e sociedades dedicadas a salvar da extinção um de nossos parentes primatas mais próximo. Graças ao trabalho de Fossey, a consciência do mundo para com a extinção do gorila-das-montanhas aumentou, e os animais são protegidos agora pelo governo ruandês e várias organizações de conservação internacionais, inclusive o Dian Fossey Gorilla Capital.

"Chegará o dia em que os homens conhecerão o intimo dos animais, e nesse dia um crime contra um animal será um crime contra a humanidade" (Leonardo Da Vinci)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Elizabeth Arden





Elizabeth Arden (Woodbridge, Canadá, 31 de dezembro de 1884 – 18 de outubro de 1966) foi uma das grandes cosmetólogas e empresárias do mundo moderno. Nascida Florence Nightingale Graham, ela perdeu sua mãe aos seis anos de idade, mas continuou vivendo com seu pai e irmãos.

Biografia:
Elizabeth Arden cursou e se formou em enfermagem. Anos mais tarde, em sua cozinha, começou a formular cremes para queimaduras e elaborou loções e pastas cosméticas, utilizando gorduras, leites e outras substâncias. Essas substâncias eram diferentes das dos médicos da época, e tinham finalidades hidratantes e nutritivas. Logo a sua cozinha passou a ser seu laboratório, e ela começou a dedicar seu tempo em busca do creme perfeito. Os odores que vinham da cozinha incomodavam os vizinhos, que achavam que a família de Florence estava passando necessidades e não tinham dinheiro para comprar comida fresca e, por isso, consumiam ovos podres.

Florence passou por momentos difíceis, falta de crédito em seu sonho, até mesmo de sua família, mas como uma grande guerreira foi – aos 30 anos de idade – para Nova York. Cheia de esperanças e expectativas, logo se inseriu na cultura da cidade. Lá ela conheceu um químico e juntos começaram a elaborar o “creme perfeito”, o seu grande sonho. No mesmo tempo ela foi trabalhar em um salão de beleza e dominou a arte da massagem facial orientada e treinada pelo maior especialista da época. A partir daí, Florence estava se tornando uma esteticista.

Em 1910, ela abriu seu primeiro salão de beleza em uma loja na Quinta Avenida. Florence, com sua visão empreendedora, então mudou seu nome para Elizabeth Arden e instalou na loja uma porta vermelha luminosa, começando também a divulgar seu negócio com o a propaganda de seus cremes e de sua massagens relaxantes e rejuvenecedoras. Já como Elizabeth Arden, começou freqüentar lugares importantes da sociedade e foi assim que seu salão logo passou a ser conhecido como o melhor da cidade. A partir daí, viajou muito e expandiu os negócios por todo o mundo, montando filiais em vários lugares, construiu um verdadeiro império da beleza. Promoveu a prática da maquiagem, divulgando a pintura dos olhos no estilo “olhar total”, o uso do ruge e do pó, sendo a maquiagem expressiva a última moda em Paris.[1]

Elizabeth Arden idealizou a beleza completa, com a pele tratada com cremes e loções específicas para adstringir, tonificar e hidratar, e em seguida a isso o uso da maquiagem. Fez do seu salão um perfeito complexo da beleza. Em 1920, mais de cem produtos levaram a marca Elizabeth Arden, chegando a dominar o mundo – em 1930 havia em sua linha mais de 600 produtos, sua marca era uma das mais conhecidas do planeta. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth lançou um batom vermelho chamado Montezuma Red, o qual era para ser usado pelas mulheres das forças armadas, para dar vida aos uniformes e um toque a mais de feminilidade.

A cosmetóloga morreu aos 88 anos, deixando uma herança de fórmulas de cremes e loções e maquiagem de qualidade. Sendo uma mulher modelo de determinação, confiança, poder e luta, fez seu sonho se tornar realidade, tornando-se um ícone feminino. Tanto assim que seu nome virou sinônimo de luxo e glamour.

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Florbela Espanca

Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.

A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.

Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.

Um de seus inúmeros poemas.

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Fonte: astormentas.com

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lady Godiva

Descendente de anglo-saxónicos foi considerada como patrona das artes e excelente amazona, mas ficou conhecida pelo seu protesto a nu contra os impostos.

O seu nascimento está registrado na história como tendo acontecido em 1040 e a sua morte em 1080. Ainda jovem casou com Leofric, um homem de religião, mas com interesses muito obscuros que acabou por conseguir ser edil de Conventry, uma pequena vila em crescimento acelerado.

Godiva era a sua dedicada esposa, mas que, apesar do papel quase oculto das mulheres nesses tempos, não deixava de fazer, ou tentar, ver os problemas dos camponeses e a miséria em que estes viviam assim como outros assuntos similares.

A determinada altura das suas vidas, o casal resolveu criar uma abadia para receber pessoas que tivessem recebido a chamada da religião e que funcionava ainda como um centro cultural. O exterior da abadia foi escolhido pelos aldeões para as suas actividades de diversão, o que não pareceu aborrecer muito o casal, porque o que interessava era que estes estivessem entretidos e contentes. A abadia foi dedicada a Santa Eunice de Saxmundham, uma das primeiras mártires a morrer às mãos dos romanos.

Instalado na propriedade de Conventry, Leofric assumiu um papel crescente no governo e organização dos assuntos públicos da pequena vila. Ao mesmo tempo ficou com a responsabilidade dos assuntos financeiros devido ao crescimento desta. E surgiu-lhe a ideia de organizar esses assuntos com a ajuda de dinheiros públicos.

Entretanto, Godiva tinha-se tornado uma experiente amazona e adquirido o gosto por festas, artes e conhecimento.

Nos seus passeios equestres foi conhecendo melhor a vida dos camponeses e teve pena da sua existência miserável em prol de meia dúzia de ricos proprietários. E foi desta forma que se apercebeu de que a maior parte da vida destas pessoas era dedicada ao esforço para conseguirem o seu sustento, algo para vestir e formas de se protegerem sob um teto de que material fosse. Antes de perceber a dura realidade, Godiva tentou levar às massas o gosto pela beleza e pela arte, sem muito sucesso, através da abadia que fundara com o marido.

A acrescentar a todos os problemas dos camponeses estavam os impostos que Leofric cobrava na sua megalomania de fazer mais e melhor por Conventry. Os impostos eram colocados sobre tudo o que ele pensasse, chegando ao ponto de existir mesmo um sobre o estrume vendido e usado nos campos.

Godiva decidiu então que os impostos teriam de baixar para melhorar a vida dos camponeses e para lhes poder proporcionar o acesso às artes. Mas a conversa que manteve com o marido acerca do assunto não lhe correu muito bem e este não aceitou a ideia de diminuir essa fonte de rendimentos. E para castigar a mulher, decretou ainda um imposto sobre todas as obras de arte, a maior parte pertença de Godiva, do qual apenas ficaram livres as igrejas.

Para castigá-lo por sua vez, Godiva começou uma guerra de sexo, e Leofric acabou por capitular e conceder algumas alterações e reduções nos impostos. Mas para isso, Lady Godiva teria de mostrar o máximo da arte de Deus, ou seja, o seu corpo nu nas ruas da vila, por onde desfilaria a cavalo em pleno meio-dia. Para sua surpresa ela aceitou desde que tivesse a sua permissão para fazê-lo. Estupefacto com a sua coragem, Leofric decidiu ainda que se ela levasse esse ato em frente, levantaria todos os impostos sobre Conventry.

Foi escolhido um dia e toda a população aguardava em expectativa o corajoso acto.

Lady Godiva surgiu então, acompanhada a cavalo por duas criadas, estas vestidas normalmente, uma de cada lado da dama. Atravessando o mercado, Godiva mantinha a postura de sempre, relaxada e confiante. Não usava qualquer jóia ou ornamento excepto o seu longo cabelo que lhe escondia o corpo. Todos os que a viram diriam mais tarde que ela apresentava-se decente, e ninguém pensou jamais que estaria despida sob os cabelos. Esta é a versão da história considerada real que terá tido lugar a 31 de Maio de 1057, contada por Roger of Wendover na sua Crónica e que providencia inúmeros pormenores acerca do assunto.

E os impostos foram retirados, aliviando o jugo dos mais pobres. Leofric manteve a sua palavra e apenas ficou a ser cobrado um imposto sobre os cavalos que já existia antes da sua direcção.

A população de Conventry não esqueceu a sua patrona e dedicou-lhe uma estátua a lembrar a todos a sua cavalgada pelo povo.

Publicação: Wednesday

domingo, 16 de maio de 2010

O Nobel Para a Desconhecida

"Você já leu alguma obra de HERTA MULLER?", pergunta uma enquete publicada no site do Nobel logo após o anúncio da vencedora. A resposta, para 93% dos visitantes, foi "não". Depois do anúncio do prêmio o público aplaudiu, para depois tentar descobrir quem era aquela mulher.

BIOGRAFIA:

A laureada com o Nobel da Literatura 2009, Herta Müller, nasceu a 17 de Agosto de 1953 na cidade romena Nitzkydorf, na região de Banat, e vive actualmente em Berlim.

Proibida de publicar na Roménia por ter criticado publicamente o regime de Ceausescu, a escritora emigrou em 1987 para a Alemanha com o marido, o poeta Richard Wagner, também nascido naquela região romena.

Em 2009, Herta Müller publicou o romance Atemschaukel, na editora Hanser de Munique. Trata-se do 19.º livro publicado, entre romances, contos e ensaios.

O pai prestou serviço nas Waffen SS, a tropa de elite chefiada por Himmler na II Guerra Mundial.

Muitos romeno-alemães foram deportados para a então União Soviética em 1945, incluindo a mãe de Herta que passou cinco anos num campo de trabalho na actual Ucrânia. De 1973 a 1976, estudou literatura alemã e romena na Universidade de Timisoara, na Roménia, fez parte do Aktionsgrupp Banat, um círculo de jovens germanófonos de oposição ao regime de Ceausescu que defendiam a liberdade de expressão.

Depois de terminar os estudos, trabalhou como tradutora numa fábrica de máquinas de 1977 a 1979. Foi despedida por se ter recusado a ser informadora da polícia secreta, o que lhe valeu ser perseguida pela Securitate.

Müller começou a publicar com a colecção de contos Niederungen (1982), censurada na Roménia. Dois anos depois, publicou uma versão não censurada na Alemanha e, no mesmo ano, Drückender Tango, na Roménia. Nestes dois trabalhos, Müller descreve a vida numa pequena aldeia germanófona, marcada pela corrupção, a intolerância e a repressão.

A imprensa romena criticou negativamente estes trabalhos que foram muito bem recebidos pela crítica alemã. Por ter criticado publicamente a ditadura romena, foi proibida de publicar no seu país, Herta abandonou o país com o marido, o poeta Richard Wagner, também ele romeno-alemão.

Desde que, em 1984, foi distinguida com o Prémio Aspekte, Herta Müller tem acumulado galardões sobretudo na Alemanha. Em 1995, recebeu o prémio europeu de literatura Aristeion e foi eleita para a Academia Alemã para Língua e Poesia. Em 1998, recebeu o prémio irlandês IMPAC, no ano seguinte o Prémio Franz Kafka. Em 2003, o prémio Joseph Breitbach de literatura alemã, em 2004 o prémio de literatura da Fundação Konrad Adenauer e, em 2006, o Prémio Würth de literatura europeia.

Fontes: Jornal de Notícias / Revista Época

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Olga Benário

Olga Benário Prestes nasceu de uma família judia em Munique na Alemanha em 12 de fevereiro de 1908. Seu pai Leo Benário era um advogado social democrata e um liberal de idéias avançadas. Sua mãe Eugénie era uma dama da alta sociedade que não apoiava as idéias da filha que, em 1923, aos 15 anos, entrou para a Juventude Comunista.

Em 1925 Olga vai para Berlim onde continua sua militância.

Em 1926 é presa por traição mas liberada poucas semanas depois. Em 1928 lidera uma cinematográfica investida ao tribunal para liberar seu companheiro Otto Braun. Os dois fogem então para Moscou onde Olga é aclamada, faz treinamento militar e carreira no Comintern.

Em 1934 Olga é designada para garantir a chegada segura ao Brasil do líder comunista Luís Carlos Prestes onde lideraria a Intentona Comunista de 1935. Deveriam se passar por marido e mulher para facilitar seu disfarce. Na longa viagem se apaixonam.

Com o fracasso da revolução Olga e Prestes são presos e separados.

Grávida de Prestes, Olga empreende uma grande luta para ter sua filha no Brasil. Mas o governo Vargas como uma vingança pessoal contra Prestes se empenha e Olga, grávida de 7 meses, é deportada para a Alemanha Nazista.

Lá é levada à prisão de mulheres da Gestapo no número 15 da Barnimstrasse.

Na madrugada de 27 de novembro de 1936, exatamente um ano após a fracassada revolução, nasceu Anita Leocádia, um bebê gorducho e saudável.

Leocádia, mãe de Prestes, fazia uma grande campanha na Europa pela libertação de seu filho, sua nora e neta. Por causa disso Olga teve permissão de permanecer com sua filha enquanto pudesse amamentá-la.

Quando Anita tinha 14 meses ela foi retirada de Olga e entregue à avó Leocádia, fato que Olga só soube depois.

Em 1938 Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg e em 1939 para Ravensbrück, o único grande campo exclusivo para mulheres.

Lá Olga foi líder de bloco e deu aulas para as outras presas. Em fevereiro de 1942 Olga foi levada com outras 200 prisioneiras para a câmara de gás de Bernburg onde foi executada.

Fonte:/www.jaymemonjardim.com.br

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Marilyn Monroe

Marilyn Monroe, nome artístico de Norma Jean Baker (nascida em Los Angeles, 1 de junho de 1926 — Los Angeles, 5 de agosto de 1962) foi uma atriz americana.

É uma das mais famosas estrelas de cinema de todos os tempos, um símbolo de sensualidade e um ícone de popularidade no século XX.

Apesar de não ser feminista (até onde se sabe), é uma mulher que considero revolucionária. Ela mostrou às mulheres, depois de todo o esforço feito pelas mesmas para adquirir direito iguais, que elas podem ser ao mesmo tempo batalhadoras e femininas. Como? Bem, ela passou boa parte da infância em orfanatos e casas de família, até que, em 1937, ela se mudou para a casa de Grace Mckee Goddard. Foi em 1942, que o marido de Grace foi transferido para a costa leste, e o casal não tinha condições financeiras para levar Marilyn, que, na época, tinha dezesseis anos. Então, ela tinha somente duas opções: voltar para o orfanato ou se casar. Então, em 9 de julho de 1942, Marilyn se casou com Jimmy Dougherty, de vinte e um anos. Todavia, Jimmy entrou, mais tarde, para a Marinha e foi transferido para o Pacífico Sul, em 1944. Após a partida de seu marido, ela começou a trabalhar e, por um mero acaso (ou alguma força maior), foi vista pelo fotógrafo Davis Conover a viu, e a partir daí, começaram os trabalhos de Mary, desde seção fotográfica até os seus trinta filmes feitos.

Morreu de overdose por ingestão de barbitúricos (são derivados do ácido barbitúrico; usados como antiepiléticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos. Há uma pequena margem entre a dosagem terapêutica deles e a tóxica.), na manhã de 5 de agosto de 1962, em sua casa em Brentwood, na Califórnia. “Marilyn Monroe personificou o glamour de Hollywood com incomparável brilho e energia que encantaram o mundo.”

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Brigitte Bardot - Minha bela e adorada defensora dos animais...

Brigitte Bardot, nascida Brigitte Anne-Marie Bardot (Paris, 28 de Setembro de 1934) é uma atriz e cantora francesa. Conhecida mundialmente por suas iniciais, BB, é considerada o grande símbolo sexual dos anos 1960 e 70. Tornou-se ativista dos direitos animais, após se retirar do mundo do entretenimento e se afastar da vida pública.

Passando a desprezar sua aparência, dedicou-se a defender a natureza e os animais. Sua luta era pelo fim da venda de gatos e cachorros em anúncios classificados, pela proibição do uso de animais selvagens em circos, pelo final das touradas e das brigas de galo, e pelo fim da criação de animais para a fabricação de casacos de pele.

Um dia antes de fazer 73 anos, Brigitte Bardot foi ao Palácio Elysée, em Paris, com Ghyslaine Calmels-Bock, da fundação que leva seu nome e luta pelos direitos dos animais, encontrar o presidente Nicolas Sarkozy (52). "Peço que parem de importar derivados de focas, não sendo cúmplice do massacre no Canadá", disse ela, referindo-se à caça que mata 300 000 filhotes por mês.

Fonte; Wikipédia e outras.

"Chegará o dia em que os homens conhecerão o intimo dos animais, e nesse dia um crime contra um animal será um crime contra a humanidade" (Leonardo Da Vinci)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Camille Claudel - Arte, paixão e loucura


                                           Uma de suas belas esculturas...
Uma mulher decide quebrar os laços com sua classe social, com a moral vigente e com as normas de conduta bem aceitas em sua época. Foi considerada louca, internada por 30 anos num hospital psiquiátrico – até sua morte – depois de entregar-se furiosamente a sua arte e a um mau amante, escultor abastado e famoso. Ele, o imperecível Auguste Rodin. Ela, a intuitiva e talentosa escultora Camille Claudel, personagem de filmes, razão de poemas, mulher arrasada, infeliz e mal compreendida. Ingredientes que tornam a sua biografia fascinante aos olhares curiosos. Tudo o que se acrescente como condimento de frescas novidades sobre esta escultora – vitimada mais pela sociedade que pela loucura – exerce, talvez por isso, um encanto hipnótico e avassalador.

Não se pode negar o gênio a Rodin, mas deve-se questionar o quanto de preconceito e de sua postura como inverso de mestre prejudicaram um talento manifesto. Que não era mais florescente apenas, mas que exigia ar e aparecimento: ela, Camille. Ela, que num sopro poderia ser, sim, mais do que ele. E isso lhe era insuportável.
Camille era pouco conhecida do público. O reconhecimento de seu talento ficava restrito a artistas e intelectuais, mas mesmo entre eles o seu comportamento incomum assumia feições de desvario. Sua família era rica, mas a adolescente apaixonada pela escultura não se deixava ficar entre rapapés, na condição de mulher passiva e obediente, à espera de um marido bem aquinhoado e cordato, largada das coisas impuras da arte. Muito pelo contrário. Desde menina fugia de casa para extrair barro para suas esculturas. A mãe, no entanto, se opunha à ambição de ser artista da pequena Camille. A sociedade francesa, preconceituosa e machista, também colocava muros à sua frente. Ela tentou passar por todos eles. Era mulher, e a escalada se tornava ainda mais difícil. O lance crucial de sua vida ocorreu quando decidiu empregar-se no estúdio do escultor Rodin, com quem pouco tempo depois passa a conviver na condição de amante.
A união marginal atiçava os comentários. Uma jovem impetuosa e um homem rico, famoso e mais velho, convivendo sem casar oficialmente... Mas o fator determinante para os transtornos que se seguiriam a essa união não partiram exatamente daí. Tratava-se, no fundo, de um embate de natureza artística entre a intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo pelo escultor oficial do governo francês, Auguste Rodin .
O rompimento entre os dois era a única saída para a sobrevivência criativa da jovem aluna que abalara de forma tão radical o universo artístico de seu mestre. Rodin não admitia as diferenças de potencial criativo entre ele e Camille. Quando a artista percebeu estar sendo usada por Rodin, veio o rompimento.
Camille ficou só. O irmão Paul Claudel, poeta, viajara para os Estados Unidos e lhe faltava mais esse amparo. Passou a criar obsessivamente; percebia-se, contudo, que perdia a sanidade. O golpe final veio quando, durante uma exposição, não conseguiu vender nenhuma escultura. O fracasso, o álcool, e agora o descrédito, somados às suas muitas decepções, fizeram-na indignar-se a tal ponto que, em dado momento, destrói as peças que havia criado.
Acaba interna como louca.

CAMILLE
Ave para recolher os dons de Fênix, estrela que encontrou de vez na sombra e no oceano – e que esteve entre o sol e a poeira, na maciez do barro enfim ressuscitado.
Ela esteve no mar, depois na praia descoberta, e no final do túnel, vão da escada, amor-derrota bem próximo à janela.
Seu corpo exaltava exílio e ostras, o coração pulsava como um incêndio, as mãos tocando chama e desespero com inigualável horror.
O corpo tombava como o touro tomba na arena só, prostrado.
A voz – a mesma que calou ao pronunciar Rodin – jamais conteve o astro.

Seu irmão estava longe, em missão diplomática na China. Seu pai estava velho, doente. Ela não tinha mais ninguém, nem dinheiro, nem saúde, nem inspiração. Restava-lhe o abandono e o medo. No dia 10 de março de 1913, uma semana após a morte do pai, a pedido da família, que arranjou uma certidão médica (ela foi diagnosticada como portadora de delírio paranóico), Camille foi levada à força para um hospício. Ela não sairia do hospital até o dia de sua morte, 30 anos depois, e jamais voltou a esculpir.

Fonte: artelivre.net

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Somaly Mam

Conheci a história dessa grande mulher "Somaly Mam", através de um vídeo onde mostra uma palestra da escritora Isabel Allende, que me foi recomendado pela minha amiga bloguista Marli Borge, daí decidi esta postagem...

Mirtes

O texto a seguir foi escrito por Angelina Jolie como colaboração da edição da Revista Time das 100 pessoas mais influentes do planeta. A atriz escreveu como forma de homenagem a ativista pelos direitos das mulheres Somaly Mam.

Somaly Mam e o regime cambojano Khmer Rouge nasceram praticamente ao mesmo tempo, na época em que os Estados Unidos começou secretamente a espalhar bombas em seu país. As vilas bombardeadas tornaram-se uma espécie de estopim para o crescimento do Khmer Rouge e da revolução Pol Pot.

Quando Mam tinha a idade de 5 anos, o Khmer Rouge controlava o Camboja e já havia matado cerca de 1,5 milhões de pessoas como forma de implementar o regime comunista radical do Pol Pot. Torturas, execuções e trabalhos forçados assolavam o país. Famílias urgiam por segurança, e uma guerra civil dizimou a sociedade cambojana nos anos que se seguiram.

Em meio à desolação, Mam com 12 anos de idade foi vendida a um homem por seu avô como escrava sexual. Ela acabou em um bordel chamado Phnom

Penh, começando uma década de terríveis violações e torturas. Ela descreveu este período de sua vida simplesmente como: “Eu estava morta. Eu não tinha afeição por ninguém”.

O terror é a única arma eficaz para quem mantém mulheres como escravas sexuais. Eles dependem que suas vítimas sejam aniquiladas pelo medo. Traficantes esperam que a dor e a degradação sejam o bastante para estas mulheres aceitaram seu destino como inevitável.

Mas Mam conseguiu fugir. Em 1993, ela deixou o Camboja com a ajuda de um ativista humanitário francês.

O fato de Mam haver escapado faz dela única, mas o que faz dela absolutamente extraordinária é que ela voltou. O qual seria compreensível para a maioria das pessoas passarem o resto de suas vidas se recuperando de suas feridas, Mam decidiu voltar e confrontar o sistema que continua a vitimizar mulheres cambojanas.

Em 1996, Mam criou a organização sem fins lucrativos chamada AFESIP (Agir pour les Femmes en Situation Précaires ou Acting for Women in Distressing Circumstances) que trabalha em conjunto com as leis locais no esforço de fechar bordeis e reintegrar mulheres vítimas do tráfico na sociedade. As estimativas são de que 1,2 a 2 milhões de pessoas são vítimas da escravidão sexual em todo o mundo. Mam, agora com 38 ou 39 anos (ela não sabe sua data de nascimento), tem estabelecido um novo modelo de tratamento deste problema e já ajudou mais de 4 mil mulheres a escapar do tráfico sexual.

O esforço de Mam, no entanto, tem lhe custado um alto preço em sua vida pessoal. A ativista já foi vítima de tentativas de assassinato e outras intimidações. Em 2006, donos de bordéis locais drogaram e raptaram sua filha de 14 anos.

A maioria das pessoas teria desistido de seus ideais, mas Mam continua a lutar pelos direitos das mulheres em seu país em um esforço único de evitar que sofram o que ela sofreu.

Fonte: www.angelinajolie.com.br

sábado, 8 de maio de 2010

Frida Kahlo

Frida Kahlo foi uma artista única, para muitos é considerada a pintora do século. Apesar de seu pouco tempo de vida, nos deixou obras magníficas e intrigantes.

Para se entender as pinturas de Frida Kalho é necessário conhecer a sua vida.

Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que
havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos
contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em
que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu multiplas fraturas e uma barra de ferro
atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias
e ficou muito tempo presa em uma cama.

Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua
cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque
sou o assunto que conheço melhor". Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente
seu amor pelo marido Diego Rivera.

A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida
não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor
de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as
seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em
muitos dos seus quadros.

Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não
eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei
minha própria realidade". Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia
pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero
nunca mais voltar - Frida". Talvez Frida não suportasse mais.

Fonte: uminha.tripod.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pagu (Patrícia Galvão)

Jornalista, escritora e ativista política, nasceu em São João da Boa Vista, SP, em 1910. Começou a atuar como jornalista aos quinze anos, colaborando com o Jornal do Brás.
Aos dezoito anos participava do movimento modernista e em seguida do movimento antropofágico, ao lado de Oswald de Andrade, que depois se tornou seu companheiro. Ingressaram juntos na militância política no Partido Comunista Brasileiro, partido com o qual romperam anos mais tarde. Pagu participou de greves, manifestações políticas de protesto e solidariedade, fundando com Oswald o jornal O Homem do Povo que, por proibição da polícia, durou apenas dois anos. Escreveu o romance Parque Industrial, criticando a sociedade paulistana, abordando a condição dos trabalhadores e trazendo uma nova visão da mulher. Feminista, compromissada com a produção cultural, impulsionou diversos grupos de teatro amador e estudantil, assumindo a direção da União do Teatro Amador de Santos, antes dirigida apenas por homens. Morreu em dezembro de 1962.

Fonte: partes.com.br

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Virginia Woolf

Virginia Woolf nasceu em Londres, em 1882. Filha de um editor, Sir Leslie Stephen, ela recebeu uma educação esmerada, freqüentando desde cedo o mundo literário.

Em 1912, casa-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot.

Fez parte do grupo Bloomsbury, círculo de intelectuais sofisticados que, passada a I Guerra Mundial, investiria contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana.

As primeiras obras de Virginia Woolf foram The Voyage Out (1915) e Noite e Dia (1919). Em Mrs. Dalloway (1925), Virginia Woolf emprega recursos narrativos inovadores para retratar a experiência individual. O mesmo ocorre com Rumo ao Farol (1927).

Em 1928, publica Orlando, fantasia histórica que evoca com brilho e humor a Inglaterra da era elizabetana. Nesse período, Woolf faz as famosas conferências para estudantes dos grandes colégios femininos de Cambridge, nas quais mostra sua verve feminista.

Em 1931, publica As Ondas, uma de suas obras mais importantes. Seis anos mais tarde, lança Os Anos.

Toda a vida de Virginia Woolf foi dedicada à literatura. Em 1941, vítima de grave depressão, ela se suicida, deixando considerável número de ensaios, extensa correspondência e o romance Entre os Atos (1941).

Fonte: educacao.uol.com.br

terça-feira, 4 de maio de 2010

Edie Sedgwick

Edie Sedgwick foi uma das superstars de Andy Warhol durante os 60’s, ela era tipo as “it girls” de hoje (Lindsay, Paris, Mischa…) mas com um apelo mais artsy. Linda, loira e magerrima, Edie trabalhava como modelo em NY até conhecer Warhol em 1965 e se tornar sua favorita, trabalhando em vários projetos da Factory (o estudio de Andy Warhol em NY).

Quando Andy conheceu Edie, a vida imitava a arte.
Anos 60. A ambiciosa Edie Sedgwick chega a Nova Iorque e conhece Andy Warhol - que vê na beleza e no carisma da jovem potencial para fazer dela a sua musa.

Dai pra fente a vida de Edie comessou a ficar cada vez mais louca, frequentando as festas e o ci­rculo de Andy, Sedgwick (que costumava se apresentar como Mrs Warhol) se meteu com drogras (anfetaminas) e agravou os problemas que já tinha (depressão, bulimia e anorexia nervosa).

Em 1966 ela rompeu relações com Andy (por causa de dinheiro e ego e os motivos de sempre), teve um breve romance com Bob Dylan (dizem que ele escreveu algumas musicas do album Blonde on Blonde inpiradas nela) e se afundou ainda mais nas drogas (LSD, heroi­na e barbituricos).

Com a carreira em decadência Sedgwick resolveu gravar o filme "Ciao! Manhatan" que foi lançado em 1972. O filme era uma coletânea de imagens meio desconexas, quase uma biografia da vida de Edie. Edie Sedgwick morreu em 1971 logo após o fim das filmagens. Ela, que tinha 28 anos, foi ví­tima de uma overdose de barbitúricos.

O filme "Factory Girl", estrelado por Sienna Miller (tão esperando que a carreira da mossa decolou depois desse filme) e com a participação MK Olsen (em seu primeiro trabalho sem a irmã), conta a história de Edie e promete  que ela foi uma das maiores e mais interessantes personalidades da cena artistica/fashion dos anos 60.

Conhecer a história de Edie Sedgwick e bem legal pra quem se interressa por moda visto que os anos 60’s já influenciaram um monte gente por aí incluindo milhares de editoriais e capas de grandes revistas de moda atualmente.

Fonte: cineteka.com

Fotos de Sienna Miller durante as filmagens de "Factor Girl".

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bebel Gilberto

Um dos maiores talentos da música brasileira, a cantora Bebel Gilberto é conhecida internacionalmente e eu adoro tudo que ela faz.
Mirtes

Bebel Gilberto (Isabel Gilberto de Oliveira, Nova Iorque, 12 de maio de 1966) é uma cantora e compositora brasileiro-americana.

É filha dos cantores brasileiros João Gilberto e Miúcha. Começou a cantar cedo, participando de coros infantis em discos e musicais como Os Saltimbancos e Pirlimpimpim.

Estreou ao lado do pai, cantando Chega de Saudade, no especial João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira, em 1980. Trabalhou no filme A cor do seu destino, de Jorge Durán. Era grande amiga de Cazuza e fez um dueto com o cantor na música Preciso Dizer Que Te Amo da qual era co-autora. Bebel compôs em parceria com Cazuza e Dé Palmeira, além de Preciso Dizer que te Amo, as canções Amigos de Bar, Mais Feliz e Mulher sem Razão. Participou do projeto Peeping Tom de Mike Patton (ex-vocalista do Faith No More), cantando "Caipirinha".

Atualmente reside em Nova Iorque, mas divide seu tempo entre os Estados Unidos e o Brasil, onde reside no Rio de Janeiro. Faz sucesso também na Europa, sendo uma das cantoras mais bem cotadas pelo leste europeu. Seu primeiro disco, Tanto Tempo, foi um dos discos mais bem cotados por público e crítica, sendo eleito um dos 1.000 discos que devem ser ouvidos antes de morrer. Bebel ainda lançou em 2004 seu segundo disco, Bebel Gilberto, que, apesar de ter ganho muitos prêmios pelo mundo (sobre tudo pelos singles "Aganjú" e "Simplesmente"), é considerado como seu disco mais fraco. Em 2007 lançou seu terceiro disco mundial, Momento que, mesmo não tendo atingido o mesmo sucesso de seu primeiro disco, foi um dos discos mais ouvidos do ano. Em 2009 pretende lançar novo Cd, All in One, com regravações de canções como "Bim Bom" e "Chica Chica Boom Chic".

Fonte: Wikipédia

domingo, 2 de maio de 2010

Maria Bonita (Ela foi ousada)

A primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. Assim foi Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita. Nascida em 8 de março de 1911 (não por acaso o Dia Internacional da Mulher!!) numa pequena fazenda em Santa Brígida, Bahia e filha de pais humildes Maria Joaquina Conceição Oliveira e José Gomes de Oliveira, Maria Bonita casou-se muito jovem, aos 15 anos. Seu casamento desde o início foi muito conturbado. José Miguel da Silva, sapateiro e conhecido como Zé Neném vivia às turras com Maria. O casal não teve filhos. Zé era estéril.

A cada briga do casal, Maria Bonita refugiava-se na casa dos pais. E foi, justamente, numa dessas “fugas domésticas” que ela reencontrou Virgulino, o Lampião, em 1929. Ele e seu grupo estavam passando pela fazenda da família. Virgulino era antigo conhecido da família Oliveira. Esse trajeto era feito com freqüência por ele. Era uma espécie de parada obrigatória do cangaceiro.

Os pais de Maria Bonita gostavam muito do “Rei do Cangaço”. Ele era visto com respeito e admiração pelos fazendeiros, incluindo Maria. Sem querer a mãe da moça serviu de cupido entre ela e Lampião. Como? Contando ao rapaz a admiração da filha por ele. Dias depois, Lampião estava passando pela fazenda e viu Maria. Foi amor à primeira vista. Com um tipo físico bem brasileiro: baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos Maria Bonita era considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca. A partir daí, começou uma grande história de companheirismo e (por que não!) amor.

Um ano depois de conhecer Maria, Lampião chamou a “mulher” para integrar o bando. Nesse momento, Maria Bonita entrou para a história. Ela foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo do Cangaço. Depois dela, outras mulheres passaram a integrar os bandos.

Maria Bonita conviveu durante oito anos com Lampião. Teve uma filha, Expedita, e três abortos. Como seguidora do bando, Maria foi ferida apenas uma vez. No dia 28 de julho de 1938, durante um ataque ao bando um dos casais mais famosos do País foi brutalmente assassinado. Segundo depoimento dos médicos que fizeram a autópsia do casal, Maria Bonita foi degolada viva.

Fonte: Por Raquel Silveira